15 de março de 2012

Educação e Emancipação: seria necessária uma nova Paidéia?

          César Nunes se reporta à idéia da paidéia antiga para contextualizar seu pensamento sobre a importância da educação. Ao agir dessa forma ele faz uso desse conceito grego onde o cidadão livre era educado política, ética e esteticamente para a vivência na polis, para o debate das idéias na ágora e emancipação da vida social, uma vez que isso se deu na divisão de águas causada pelos pensamentos socráticos que passaram da especulação do mundo para a reflexão do próprio homem em suas relações.
           O professor enxerga nessa dinâmica a grande importância da formação do homem e de todo o processo da educação, pois, não dissociando a intrínseca ligação entre a filosofia e a educação, a educação passa a ser a ação consciente da comunidade política, através do pontapé reflexivo da filosofia. E com a tríade intelectual de Sócrates, Platão e Aristóteles isso se ratificou, tomando a filosofia como encerrar-se numa paidéia, resgatando esses valores da educação do homem para uma formação plena  e para uma vivência e agir consciente na sociedade, na polis. A educação, tematizada por essa filosofia clássica, é uma grande engrenagem na discussão social. Nela se articula os princípios do agir social e do pensar. Cabe à Filosofia da Educação a postura de investigar tudo o que está posto e fora produzido pela razão para a vida em sociedade, pois a filosofia toma para si o trabalho mediador para a transformação.
          Não há uma dissociação entre a filosofia e a educação. É dela, portanto, a missão de examinar minuciosamente e reeditar as possibilidades pedagógicas para atingir essa utopia possível – assim como ele define – e superar o estado de sociedade, de polis, que está posta. A Filosofia da Educação deve configurar uma nova política.
         

“Passa a ser preciso recuperar a identidade da filosofia como investigação sobre os fundamentos racionais da ação do homem”


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