25 de novembro de 2014

Glutão, beberrão ou idiota?

       Ah, a ressaca! Instrumento de tortura da natureza para punir aqueles que cometem abusos contra seus corpos. O ser humano se acha forte, pensa que pode lidar com a situação, mas a ressaca é maior, mais esperta e mais ligeira que nós. Falo aqui nessa escrita das três ressacas passiveis para o ser humano, podendo ser elas isoladas ou não.
      Vamos pela ressaca alimentar. Todos cometemos excessos quando o assunto é comida, sempre cabe mais um pedacinho, aquele prato tem um sabor fantástico, vamos lá garçom desce mais um torresminho bem fritinho.O dia seguinte é criminoso, a sensação de culpa vem para alguns e o desconforto intestinal para outros, mas a pergunta entre todos é geral: Por que comer desse jeito? Eu vivo para comer ou como para viver? Aí, a barganha com toda sorte de paliativo é aplicada: de chazinho a digestivo, mas geralmente só o tempo vai fazer passar.
      Outra ressaca bem conhecida nossa é a ressaca pós bebedeira. No outro dia da farra parece que um trator passou pelo nosso corpo, o fígado foi esmurrado pela garrafa da bebida e seu cérebro está tão seco que o som mais baixo parece ter sido reproduzido no maior volume pela caixa de som mais potente do mundo. O gosto de cabo de guarda-chuva e a sensação que seu corpo vai murchar mostram que o tóxico do álcool está sendo eliminado do sistema e a falsa promessa de nunca mais beber daquele jeito dura somente até o próximo final de semana ou até as próximas duas horas, quem sabe né?
      Mas a pior ressaca é a moral. Contra essa não tem comprimido, epocler ou sal de frutas que faça passar mais rápido. Quando você acorda e vê um estranho na cama do seu lado, percebe que todo seu dinheiro acabou e não tem nem pro busão, que sua timeline no facebook tem umas fotos comprometedoras ou é um festival de indiretas que se encaixam perfeitamente em você. É nessa hora que ela ataca, te faz se sentir mal, pesa a consciência, te faz sentir menos digno e mexe com o seu pensamento. Essa ressaca é mais criminosa, pois geralmente está aliada aos outros tipos, principalmente o segundo, mas nada a impede que venha sozinha. Ela escolhe para atacar depois daquela briga com seus pais ou com a namorada, uma discussão com um amigo ou quando se maltrata alguém que não mereceu. Essa o tempo também ajuda a melhorar, mas há quem troque fácil um gosto de guarda-chuva na boca do que um peso a consciência.
      Depois dessas deliberações feitas, encerro dizendo que para não sofrer desse mal que é a ressaca é só não cometer excessos. Nosso corpo é uma máquina e, como qualquer máquina, não é perfeita e está sujeita a estragar. Conhecer nossos limites é essencial para se ter uma boa vida. Então da próxima vez que for bancar o glutão ou o beberrão ou o idiota pense bem e veja se isso vai te fazer bem, pois a vida é curta para perdemos ela tendo ressaca.

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